A relação entre conectividade e logística

Antes dos smartphones a expressão “estar conectado” era quase uma metáfora.
O primeiro semestre do ano de 2007 estava chegando ao fim e no dia 29 de junho um produto mudou a história mundial. Você lembra dessa data? Deveria, pois estamos falando do Iphone, a tendência criada por Steve Jobs mudou a história da telefonia móvel e da internet. Hoje todas as grandes indústrias do setor fabricam smartphones.
Segundo um relatório do Gartner Group, no quarto trimestre de 2020 a Apple ultrapassou a Samsung, dominando 20% do mercado mundial. A gigante sul-coreana vem logo depois, com 16% e a chinesa Xiaomi está em terceiro lugar, com 11%. Grandes marcas, como Nokia e LG, saíram do setor. Outras, como a pioneira Motorola, já não possuem mais a mesma relevância comercial em vendas globais.
Mas por que o lançamento do Iphone é um divisor de águas? Simples. Antes dele, navegar na internet era um ritual regrado pelo acesso na frente de um computador. Agora isso pode ser feito na palma da mão, em qualquer lugar, com toda a comodidade, aproveitando o mercado nascente, diversos aplicativos surgiram, como Netflix, Uber e Ifood, criando hábitos de consumo.
Antes dos smartphones a expressão “estar conectado” era quase uma metáfora. Hoje ela pode ser usada literalmente. Até que ponto isso é bom, somente o futuro dirá. Mas ninguém pode negar que estamos falando de uma excelente ferramenta de trabalho. Tão eficiente que mudou a realidade virtual, intensificando os investimentos em tecnologia e radicalizando, positivamente, conceitos como o da Logística 4.0.
Conectividade e logística
A revolução na transmissão de dados que ocorreu nestes últimos 15 anos fez com que o processo de convergência tecnológica, presente no Iphone, fosse ampliado exponencialmente, modificando a realidade operacional do universo que a logística é hoje, trazendo para o cotidiano dos operadores conceitos como Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), que possibilitaram (por sensores em mercadorias, estantes, prédios, motos, carros, caminhões) o controle em tempo real de toda a Cadeia de Suprimentos.
Resumindo, o conceito de Steve Jobs mudou o mundo corporativo, disruptivamente. Toda essa tecnologia é ativa e hoje mantém os operadores logísticos ligados 24 horas. Por exemplo, a conectividade permite a varredura do inventário de mercadorias presentes em um Centro de Distribuição a qualquer momento, bem como sua atualização constante, com uma margem de erro próxima de zero.
Câmeras a bordo de caminhões, tanto nas cabines quanto nos baús, possibilitam o acompanhamento do trabalho do colaborador, garantindo não apenas seu bom desempenho, mas também sua segurança. Sensores de umidade e temperatura garantem a preservação da mercadoria em armazéns e veículos de transporte de carga, bem como a identificação dos produtos através do peso, para saber se foram colocados no local correto.
Essa conectividade é responsável por permitir e desenhar para o futuro o uso de veículos autônomos, controlados remotamente ou por computador, por inteligência artificial. Experiências assim já permitem, atualmente, que tipos de logística, como a utilização de drones para a realização de entregas na last mile de grandes centros, com graves problemas de trânsito até chegar ao consumidor final. Um levantamento feito pela Cisco e pela DHL revela que, nos próximos dez anos, as novas tecnologias em torno da IoT poderão agregar até US$ 1,9 trilhão em investimentos.
Em 2017, durante um evento promovido pela AMCHAM, o sócio de Supply Chain da consultoria EY, Leonardo Lacerda, disse que a alta capacidade de conectividade da tecnologia atual influenciará a logística na manipulação de produtos, de equipamentos, na segurança dos armazéns e no carregamento de veículos. O trecho abaixo foi retirado do site AMCHAM e detalha a visão do palestrante sobre esse assunto:
- “ Produto — o barateamento de etiquetas RFID (identificação por frequência de ondas de rádio) possibilita a aplicação massiva nos produtos. A quantidade e qualidade de informações logísticas, como localização, movimentação e até temperatura do produto, vão alimentar o sistema de gestão logística em tempo real. Além disso, permitirá à empresa eliminar processos secundários. Um deles é a conferência de produtos e pedidos feitos por áreas diferentes.
- Equipamento — o maquinário fixo e móvel usado em armazéns pode conter sensores que permitem acompanhar remotamente o seu desempenho. A velocidade de uma empilhadeira e sua localização podem ser monitoradas e, a partir daí, tomar ações imediatas. Como, por exemplo, avisar o operador que ele está dirigindo acima do limite permitido ou que o motor precisa de manutenção. A tecnologia, amplamente utilizada nas indústrias de mineração e construção civil, já está disponível para uso em operações de armazenagem.
- Segurança — a tecnologia também permite se conectar ao RFID dos produtos e dos colaboradores. Uma roupa pode ter etiqueta RFID embutida e interagir com outros equipamentos. A aplicação deve acontecer em breve nos armazéns por questões de segurança, limitando o acesso a áreas autorizadas e interagindo com empilhadeiras para evitar acidentes.
- Carregamento (ambiente externo) — sensores nos veículos de transporte podem se conectar com os armazéns e tornar o carregamento de mercadorias mais preciso. Lacerda compara as vantagens da conectividade à situação atual, onde é comum haver imprevistos na formação de cargas. Muitas vezes, os caminhões se atrasam para chegar aos depósitos e a carga que ele deveria levar já está separada e ocupando um espaço que poderia ser aproveitado para carregar outro caminhão que chegou no horário.”
Leonardo Lacerda garante, ainda, que há redução de custos de automação e conectividade, sendo mais acessíveis atualmente, do ponto de vista financeiro. Para ele, as soluções disponíveis no mercado garantem que o retorno do projeto seja de curto a médio prazo. Ou seja, vale a pena.
Soluções para a logística
Conforme o site Atech, “dados do relatório The Future of IoT in Enterprise, de 2017, revelam que a maior parte (96%) das organizações desse segmento acreditam que conectividade onipresente seja a base para a implementação dessa tecnologia, porém, 40% dessas empresas identificaram problemas de conectividade como um de seus maiores desafios.
A falta de integração com sistemas existentes é um dos principais pontos que dificultam a implementação de internet das coisas e, consequentemente, soluções de conectividade nos processos logísticos. Não é difícil encontrar empresas trabalhando com sistemas antigos e incapazes de suportar soluções de conectividade que trabalham com o grande volume de dados coletados ao acompanhar todos os estágios da cadeia de suprimentos.”
Isso significa que essas empresas cada vez mais precisam investir em soluções modernas focadas na área de logística e na gestão da cadeia de suprimentos para tirar mais proveito das soluções de conectividade, que contribuem para o desenvolvimento de armazéns altamente integrados, garantindo a precisão do transporte, o rastreio dos itens e a logística reversa.
Entre essas soluções estão programas avançados de computador, como TMS (Transportation Management System), WMS (Warehouse Management System) e ERP (Enterprise Resource Planning). Afinal, para gerenciar o big data e o grande volume de dados gerados pela IoT é preciso ter programas capazes de realizarem tal leitura de informações.
Recentemente, por exemplo, Embratel e Nokia (que agora lida com comunicação telefônica) foram contratadas pelo Rumo para conectar todas as locomotivas da empresa, onde quer que elas estejam, a central de operações, seja através do satélite ou da rede 4G. Dessa forma a Rumo tem controle em tempo real de todas as suas mil composições.
Nós da Águia Sistemas S/A, trabalhamos focados na satisfação dos nossos clientes e podemos lhe ajudar com algumas dessas soluções. Principalmente se o assunto faz parte da intralogística. Mantenha contato conosco.
(Este texto foi construído com informações dos sites amcham.com.br, atech.com.br, tiinside.com.br, uol.com.br e olhardigital.com.br)