Setor Logístico no Mundo Pós-pandemia

Tenha certeza de uma coisa: superaremos esses dias sombrios. Ao mesmo tempo, é importante aceitarmos que a pandemia do novo coronavírus é, sem dúvida, a maior tragédia do século. Os dados estatísticos ainda estão sendo computados, mas com certeza o prejuízo global ultrapassou a marca de um trilhão de dólares. O PIB mundial encolheu mais de 4% em 2020. Porém, o mais triste, sem dúvida alguma, é que ao redor do planeta morreram mais de dois milhões e setecentos mil seres humanos. Até agora.
O dano só não foi maior por conta de toda a tecnologia que temos à disposição. Entre outras coisas, essa tecnologia proporcionou a produção de uma vacina em tempo recorde. Além disso, permitiu que a economia não parasse por completo, graças ao universo online.
A necessidade do isolamento social antecipou revoluções futuras no tráfego de dados via internet. Em 2020, as negociações online giraram em torno de 4,28 trilhões de dólares ao redor do mundo. Um crescimento de 27,6% nos resultados. No Brasil, as vendas eletrônicas cresceram 205% em comparação com 2019. Conforme a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) 61% dos brasileiros que visitavam shoppings com frequência afirmaram ter acessado plataformas digitais em 2020. Números como estes forçaram o setor de logística ao extremo em todos os países e algumas mudanças, com certeza, vieram para ficar.
Sim, o setor de logística, vital para a economia mundial, pois sem armazenagem e movimentação de cargas não existe comércio, também terá que passar por algumas adaptações. Segundo a pesquisa feita pela SBVC, 70% dos consumidores que tiveram experiências no e-commerce pretendem manter tal método de compra no futuro. Enfim, são tendências inevitáveis, conforme os especialistas.
Dois alertas são importantes: o consumo online aumentará, é verdade, exigindo precisão, velocidade e eficiência do setor de logística. Mas, ao mesmo tempo, é preciso manter os canais off-line, pois 73% dos consumidores pretendem retornar a estes espaços após a pandemia. Ou seja, temos muito trabalho pela frente.
Portanto, dentro desse universo físico-digital, flexível e ágil, estudiosos afirmam que o setor de logística terá quatro características no mundo pós-pandemia:
Produção local e desaceleração da globalização
O mundo continuará sendo globalizado, mas existirá uma preferência por fornecedores mais próximos (principalmente no que se refere a serviços). Isso distribui a cadeia de suprimentos regionalmente e agiliza processos.
Transparência da cadeia de suprimentos
A transparência entre os diferentes players (integrantes) da supply chain (cadeia de suprimentos) é resultado da confiança entre fornecedores e clientes. Algo que não se constrói muito rapidamente. Mas ao dividir informações operacionais, os integrantes da cadeia conseguem identificar gargalos, ou seja, pontos críticos no fluxo de suprimentos, permitindo o gerenciamento dinâmico de eventuais crises.
Colaboração com fornecedores
Um bom relacionamento entre empresas e fornecedores é uma tendência forte neste mundo pós-pandemia. O conhecimento dos armazéns e o controle de estoques, por exemplo, podem facilitar o controle da cadeia de suprimentos para evitar falhas eventuais no fornecimento de produtos e serviços. Conhecer seu parceiro de negócios permite tomar decisões em conjunto, o que, com a flexibilização de processos, facilita a obtenção de bons resultados para todos os envolvidos.
Digitalização
Não é repetição. É constatação. A inteligência artificial e o machine learning (aprendizado da tecnologia com base nas informações da corporação), por exemplo, evitam prejuízos e ampliam horizontes. Tudo relacionado a T.I., mesmo que pareça ficção científica, como os robôs, as impressoras 3D, o digital twin (gêmeo digital, que reduz custos na hora de criar os ensaios para um novo produto), são ferramentas que já fazem parte do cotidiano de muitas corporações.
Para finalizar, as empresas do setor de logística devem ter planejamentos estratégicos adaptáveis às mudanças do cotidiano, cientes que deverão atender o mundo físico e um universo online em expansão constante. Muitas corporações estão também investindo bilhões em novos armazéns que atendam todas as expectativas do segmento, incluindo aí a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, o que em português significa Liderança em Energia e Design Ambiental) para construções sustentáveis e econômicas. Alguns armazéns estão sendo construídos com janelas nas fachadas para facilitar a entrada de luz natural, por exemplo.
Sim, vivemos um momento difícil. Mas juntos superaremos. A pandemia acabará e o mundo marchará novamente e nós estaremos sempre aqui, fazendo a nossa parte.
E se hoje, um de seus desafios é a Logística de sua empresa, estamos aqui a sua disposição. Ligue para 42-3220-2666, mande uma mensagem em nosso WhatsApp ou mande um e-mail para faleconosco@aguiasistemas.com.br.
Bônus
E para você, que trabalha com Logística, deixamos aqui como bônus, alguns tópicos que merecem uma atenção extra agora:
- Gestão
A gestão do setor de logística deverá, com mais agilidade, rever processos, para diminuir a burocracia, agilizar etapas, sempre criativamente e flexível. O gestor deve estar focado em três aspectos fundamentais: Qualificação profissional dos componentes da equipe, Investimentos constantes em novas tecnologias, principalmente na área de T.I. (falaremos de Tecnologia de Informática mais adiante), e a Aplicação de metodologias eficientes, como relacionamento colaborativo, gestão por resultados, gestão por objetivos, reengenharia, logística reversa (pouco desenvolvida no Brasil) e o gerenciamento da cadeia de suprimentos, entre outras ferramentas.
- Processos internos
Antes de mais nada é preciso definir o básico. Processos são conjuntos de atividades resultantes em produtos ou serviços. Todas as etapas para a construção de um armazém, por exemplo, da recepção dos insumos até a montagem final, formam um processo. Eles devem ser revistos sem receio. Entre os processos internos o home office se destacou nestes últimos meses. Ele pode aumentar a produtividade e reduzir despesas. Sistemas híbridos, com parte dos funcionários em casa e outra parte nas empresas, estão sendo implantados em vários países, principalmente em atividades de monitoramento, atendimento ao cliente e vendas.
- Estoque
Nunca o modelo just in time foi tão importante. As empresas têm trabalhado para reduzir seus estoques a zero, evitando desperdícios. Isso tem feito surgir no mercado muitas empresas de self storage (unidades de auto armazenagem), bem como empresas de operação em logística, com seus próprios centros regionais de distribuição. Estratégias para a consolidação de mercadorias como o cross docking, onde insumos e produtos acabados são recebidos e redirecionados para quem fez a encomenda, também estão sendo usadas. O mesmo vale para o milk run, rotas de coleta e distribuição de mercadorias criadas com o objetivo de realizar a entrega praticamente dentro da linha de produção da empresa. As unidades de armazenagem que estão sendo construídas para tal finalidade, precisam ser flexíveis e inteligentes, para atender diferentes demandas.
- Transporte
Nos Estados Unidos os custos com logística equivalem a 8% do PIB. No Brasil este número sobre para 12%. E a explicação é simples. 61,5% de todas as nossas mercadorias são transportadas por rodovias, 23% por ferrovias, 11% por hidrovias, 4% por dutos e 0,5% por aviões. Simplificando, nós usamos no Brasil o modal mais caro. Reverter esse quadro com investimentos em ferrovias e hidrovias é necessário. Enquanto isso não ocorre alternativas começam a ser exploradas. É o caso dos drones, que já se mostraram eficientes em entregas de curta distância.
- Prazos
Os prazos se tornaram mais elásticos em função dos obstáculos causados pela pandemia num primeiro momento. Mas a tendência é que o bom humor do consumidor acabe nesse sentido. Quanto menor o prazo de entrega, melhor. Por isso muitas empresas estão aderindo ao método same day delivery (entrega no mesmo dia), com acompanhamento em real time (tempo real) do fluxo da mercadoria. Tamanha agilidade exige um grande investimento em logística. Lembra dos centros regionais de distribuição que mencionamos antes? Então, um dos objetivos deles é diminuir o tempo de entrega.
- Contato com o cliente
É necessário desenvolver uma estratégia omnichannel para facilitar o contato do cliente com sua empresa. Quanto mais canais disponíveis, todos com linguagem semelhante, em diferentes plataformas, melhor para o consumidor.
- Seja digital
Ferramentas digitais de controle vão permitir mudanças em tempo real e a otimização de recursos. Entre tais ferramentas podemos citar o big data (banco de dados), business intelligence, com indicadores de performance, robôs de vendas, entre outras coisas.